Vou reproduzir aqui um pequeno artigo que escrevi para o Comunicando, o informativo da paróquia da turma que está me abrigando, dirigido pelo meu amigo Jaime. A edição saiu há algum tempo, mas só agora lembrei de passar o texto para cá. É um assunto passível de outras discussões, mas que por ora não aprofundarei. O título do texto é o mesmo do título da postagem.
'Mais uma vez o mundo está parando para ver uma copa do mundo de futebol, o maior evento esportivo que existe. No Brasil, o gosto pelo esporte leva muitos a fazerem contagens regressivas para o início do evento e comprarem parafernálias em verde e amarelo. Tudo para desfrutar de alguma maneira desse evento, que a cada edição apresenta diversos aperfeiçoamentos tecnólogicos, como apresentações em alta definição ou três dimensões, destaques dessa edição do evento.
Essa é a parte acessível a poucos, mas que sempre é destacada. Como se sabe, o Brasil praticamente congela nessa época. As mídias se resumem aos jogos, e os serviços na maioria dos lugares se tornam precários - há empresas que chegam a dispensar os funcionários em dias de jogos da seleção! Ou seja: enquanto a seleção jogar (e não apenas a nossa), muitos brasileiros deixarão seus deveres de lado.
E assim, mais uma vez, os problemas do país ficarão num segundo plano. E isso porque a copa ainda não acontecerá aqui. Mas e como será em 2014, quando a copa for realizada no Brasil? É lamentável ver que, anos antes, a prioridade do país seja injetar bilhões na adaptação de estádios e municípios para receberem o evento. A princípio a estimativa de custo para isso era R$ 714 milhões, mas agora se prevê R$ 17,5 bilhões.
Enquanto isso saúde, educação, e tantos outros setores precisam desse tipo de investimentos. Mesmo assim, os maiores e mais rápidos são na tentativa de fazer o país brilhar aos olhos do resto do mundo, e não de atender as nossas necessidades. Tem alguma coisa errada aí.'
terça-feira, 6 de julho de 2010
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